27 semanas

6 meses já cá cantam, só já faltam 3. Que é como quem diz, ainda faltam 3 longos meses. Quer dizer, 13 semanas.À primeira vista parece não ser assim tanto. Penso nas primeiras 13 semanas. Foram relativamente fáceis. Mas nessa altura ainda podia vestir a minha roupa normal, dormir de barriga para baixo, e praticar desportos de grande impacto. Bons tempos.

Continuo a ter sonhos estranhos muitas vezes. Acordo quase todas as noites por volta das 6 da manhã por causa desses sonhos, e se não for à casa de banho não consigo voltar a adormecer. Então vou, mas nem vale o esforço. Não sai grande coisa. Mas ao menos adormeço rapidamente quando volto. E continuo a gostar de dormir. E a apreciar o tempo que durmo. Sabe-se lá que tipo de floquinho nos sai na rifa.

Troquei as meias de descanso por outras que apertam menos. Estas sim, posso usar à vontade que não me incomodam. E desta vez fui para as meias de liga (sim, muito sexy... não fosse a cor horrorosa que me arranjaram), o que é muito melhor, pois não fico com a parte que tapa a barriga a incomodar. É engraçado, como uma pessoa muda com a idade. Qualquer coisa - calças ou meias, quero eu dizer - que me chegue perto do umbigo incomoda-me profundamente. Tanto que continuo a dobrar a barriga das calças. Que me continuam a cair. Deviam ser elásticas na anca, e não na barriga...

Para a semana vou ver o floquinho outra vez. Sei que ele (ou ela) está bem porque se farta de mexer. Seja dia ou noite, está sempre a lembrar-me que está aqui. Esteja eu sentada, ou deitada (a andar não me apercebi), tenho sempre direito a pontapés e murros. Quando vou dormir é particularmente exagerado, é cada murro/pontapé que eu fico a pensar mas que é que será que este artista anda a fazer dentro da minha barriga, Será que joga futebol? Ou está a dançar alguma música mexida? Só espero que quando vier cá para fora seja sossegadito - e nos deixe dormir. Que dê os pontapés que tiver a dar , mas durma, que dormir faz bem a toda a gente.

A roupa já está lavada, e o floquinho já tem cama, cadeirinha para o carro e biberões. Embora não esteja ainda tudo comprado e arrumado, se houver algum imprevisto, estamos preparados, dentro do possível. Mas a minha barriga deve ser um sítio bom para se estar. Além de servir de hotel ainda tem um ginásio e piscina. Que mais o floquinho pode querer?

Ai a minha vida

Ultimamente acordar tem sido uma surpresa constante. Nunca sei o que é que me vai doer a seguir. Umas vezes doem-me as costas do lado esquerdo, outras vezes é do lado direito, outras vezes são as pernas, outras vezes é a barriga... Enfim, nunca sei o que é que me vai sair na lotaria em cada manhã. Ontem apanhei umas dores tão fortes nas costas (só de um lado) que nem sabia o que havia de fazer. Qualquer posição que escolhesse - sentada, de pé, deitada, parada ou a andar, ou ainda meia dúzia de posições esquisitas que em desespero de causa experimentei - era dolorosa. Deitada sempre tinha a vantagem de poder adormecer e nesses momentos esquecer a dor, mas de resto foi o dia todo com umas dores insuportáveis. Estava num estado tão miserável, que o meu mais que tudo passou a noite a fazer-me massagens. Milagre, esta manhã sinto-me bem melhor.
Há uns tempos pensei que estava a ganhar varizes, porque sentia dores na perna num local que está perto de uma zona onde se vêem algumas veias. Uns dias depois descobri que afinal devo ter batido com a perna em qualquer lado, porque o que tenho ali é uma nódoa negra. E como qualquer toquezinho que dê com as pernas (mais a tendência que tenho em acertar em mesas, armários e outras coisas) me provoca nódoas negras, fiquei mais descansada.

O floquinho continua activo. Gosta particularmente de me dar murros, como se estivesse a praticar boxe, e outras vezes os movimentos sao tantos que parece que anda às voltas na minha barriga. Se calhar anda a fazer uns parafusos na piscina.
Já tenho a roupa que me parece necessária para os primeiros tempos (ou seja, chega de tamanhos 0 e 1), só me falta um fato de neve (para não apanhar frio na rua, não vou obrigar o floquinho a juntar-se aos outros flocos de neve branquinha). Vi um muito giro na H&M que já vinha com luvas e protecção para os pés não gelarem, mas infelizmente não tinham o tamanho que eu queria... Pode ser que ainda encontre noutra loja.
Já escolhi escolhemos a espreguiçadeira e a cama-berço (um dois em um), só falta mandar vir - fica mais barato na net do que indo à loja, e com, a vantagem de trazerem as coisas a casa. :)
Estava a pensar em lavar a roupa só depois do Natal, mas entretanto mudei de ideias... é que quando acabarem as férias só já vão faltar umas 6 semanas, mais coisa menos coisa, e não quero correr o risco de o bebé nascer antes de tempo e não ter que vestir. Portanto, a maioria das coisas vão ficar prontas ainda antes do natal. Ainda assim espero que o floquinho não surpreenda toda a gente e venha para o frio mais cedo.

Vem aí disparado, é ele, o meu umbigo!

Começa a dar sinais de querer desaparecer. Ou explodir. O meu umbigo está a esticar, embora para já só se note em algumas posições. Se bem me lembro, à medida que a barriga cresce, o umbigo vai desaparecendo, até ficar só uma pontinha, meio saída para fora. Preparo-me então para lhe dizer adeus. Até daqui a uns meses. E neste momento, mais do que sentir saudades de usar a minha roupa normal, tenho saudades de não sentir a barriga. Ou se só sentir a barriga quando se passava algo errado - tipo ter comido demasiados feijões.

Migas e descanso

De há umas semanas para cá - desde que comecei a usar calças de grávida - que de manhã me dá um aperto nos pulmões (acho eu) e me custa a respirar. Pensava que era por estar sentada e não ter muito espaço para o floquinho e os meus próprios órgãos, já que me costuma acontecer quando vou para o trabalho, de carro ou de comboio. Mas depois reparei que isto não me acontece quando não vou trabalhar. Estou cá a ver que o floquinho é alérgico ao trabalho...

24 semanas

É oficial, o meu médico é um totó. Só pode. Há duas semanas, mais coisa menos coisa, fui fazer uma ecografia a outro lado, porque a máquina dele não faz as ecografias a 3/4D, só aquelas básicas, a preto e branco. A médica onde fui foi muito simpática, explicou tudo muito bem, e no final imprimiu um relatório completo para trazer para casa, com fotos e tudo. Das seis medidas que foram avaliadas, o floquinho tinha quatro no percentil 95 (por exemplo as da cabeça), e duas no percentil 50 (como a do fémur). Os órgãos estavam todos normais para o tempo, e o peso estimado era cerca de 450gr. Fui ver algumas informações na net, como sempre, e batia certo...
Esta semana fui ao meu médico, e fiquei um bocado admirada com ele... mediu o floquinho da cabeça aos pés (bem, o pé não mediu, mas tirou-lhe uma foto, eheh) e mais uma vez a maioria das medidas eram acima da média para a idade, e uma ou duas estavam certinhas com a idade. Até aqui tudo bem. Mas no fim, quando estimou o peso, dava-lhe aproximadamente 300gr!!! Ele acha que a máquina da outra médica deve estar com algum problema, mas eu penso exactamente o contrário. Segundo diversos sites (por exemplo este) o meu floquinho terá em média uns 600 gr por esta altura, e uma vez que nenhuma das medidas está abaixo da média, parece-me difícil de acreditar que esteja com metade desse peso.
Por esta altura fico contente por o meu médico não fazer partos (deixou de os fazer há uns anos), pois com isto fiquei com a impressão de que ele não sabe muito bem o que anda a fazer... Não é que esteja preocupada - afinal as medidas são normais, e isso é que importa - mas fiquei um bocado desiludida com ele.
Outra coisa que não gosto (da outra vez não tive que fazer e não percebo porque é que tenho de ser assim tão controlada) é picarem-me o dedo para ver os níveis de glicose sempre que lá vou. Aquilo dói, e dá sempre o mesmo valor... afinal, ando a comer o mesmo de sempre (as mesmas porcarias de sempre e as mesmas coisas saudáveis de sempre)!
Aumentei dois quilos desde a última consulta, o que me assustou quando vi (pus as culpas nas coisas boas que comi no fim de semana), mas que na verdade é normalíssimo. Aliás, segundo a tabela da mimosa, até deveria ter aumentado mais um quilito. O médico achou que estava bem, e eu agora (depois de ver na net) também estou convencida do mesmo.
Hoje é um marco importante: a partir das 24 semanas os fetos passam a ser viáveis. Espero que o floquinho ainda se aguente no quentinho mais uns meses, para se desenvolver completamente antes de vir cá para fora dar pontapés e murros a mais gente! ;)

Aproxima-se a hora

Fomos a uma reunião no hospital onde pretendo ter o floquinho, para saber informações e conhecer o local. Uma equipa (quase) completa estava à disposição para esclarecer todas as dúvidas, desde médicos, enfermeiras, e parteiras e pessoas do serviço de neonatologia. Só faltou o pediatra. Ficaram-me duas coisas: em primeiro lugar, o sítio parece-me bom, o pessoal atencioso e simpático, e a probabilidade de ter o médico que eu escolher a assistir ao parto, grande (claro que pode sempre haver imprevistos). A outra, não tem nada a ver com o hospital. Um pai que, depois de ouvir aquela conversa toda sobre bebés, mães, e partos, só estava era preocupado em que lhe servissem café durante a noite. E não estava a brincar. Há gente para tudo.