É a contagem decrescente. O floquinho já vai com uns fantásticos 3,3 Kg, a passar, e de repente algumas coisas passam a fazer sentido. E outras não. Por exemplo, quando durmo e me quero virar de um lado para o outro, fico com a impressão que a barriga não quer acompanhar o movimento do resto do corpo. Deixa-se ficar para trás por um momento, e depois lá se resigna e deixa-se arrastar, com um protesto que fico a sentir por alguns minutos. 3,3 quilos de gente que ficam acordados em grande actividade entre a meia-noite e as duas da manhã, invariavelmente, para depois dormirem até às 10 da manhã seguinte. Não me queixo disso, afinal vou entrar em férias prolongadas, e mesmo que depois do nascimento o floquinho mantenha este horário durante algum tempo, é perfeitamente compatível comigo. Eu prefiro dormir mais um bocadinho de manhã em vez de ir para a cama mais cedo.
A barriga, embora a mim me pareça gigante, não está assim tão grande quanto isso. Ninguém adivinha que aqui se esconde o monstro das bolachas. Provavelmente o floquinho está esborrachado contra os meus órgãos, e por isso também se esconde mais. E faz-me ir à casa de banho de cada vez que me levanto. E não me deixa nunca comer em grandes quantidades - fico cheia com pouco. Aumentei uns meros 9 quilos, e durante estes meses fui fazendo uma alimentação mais ou menos equilibrada (ou seja, um pouco mais de legumes e frutas que antes, e o resto, normal), embora contrabalançasse com os doces que me apeteceu - algum chocolate, bolachas, e gelado, principalmente.
Vi o floquinho por várias vezes, em ecógrafos diferentes. Gostei particularmente de um exame que foi feito por volta das 12 semanas, quando o pequenote ainda cabia no écran, numa máquina com uma resolução tão boa que se via tudo perfeitamente - dedos das mãos e pés incluídos. Não me entendi bem com a máquina a 3/4D, onde o vimos por duas ocasiões mais tarde, pois aquelas imagens acastanhadas fazem-me confusão. E as fotos que dali saíram também não eram grande coisa... No entanto ficar-me-á na memória o comentário que a médica fez àquilo que parecia uma enorme bochecha do floquinho, há duas semanas atrás: não se assustem, o bebé não é gordo, tem é a cara encostada à parede do útero. Pois... gordo não é, é só proporcional.
Hoje fiz o que provavelmente será a última ecografia antes do parto (ou talvez a penúltima, se fizerem mais uma no próprio dia). O bebé já está demasiado grande para se ver grande coisa, e a própria cabeça não cabia completamente na imagem. Só lhe vi a cabeça, barriga, e fémur. E consegui identificar o coração a bater, o que teve alguma graça.
Estou contente por estar perto do fim, principalmente porque estou fartíssima de ir ao(s) médico(s) e de tirar sangue. Ah, e as saudades que tenho de um belo presunto...
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1 comment:
Lembro-me bem dessa fase da barriga enorme: se estava deitava e me queria virar, segurava a barriga e dizia ao bebé "cá vamos nós!". Como uma onda enorme no mar...
Durante a gravidez, falei imenso com a Christina - tipo "olha aquele condutor dorminhoco, parece impossível!", coisas assim.
De tal modo que, uma semana depois do parto, quando fui sozinha dar uma volta à cidade e a deixei com o pai, ao ver um condutor dorminhoco me senti incrivelmente só.
Acho que a Christina gostava da conversa. O Matthias não. Durante a gravidez com ele fiz algumas tentativas, mas ficava com a sensação que ele me dizia para o deixar em paz. Deixei-o em paz, tivemos uma gravidez quase de costas um para o outro...
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