Peixinho

Já sei porque é que o floquinho se mexe tanto... está a aprender a nadar (enquanto tem espaço)! Só assim se explica a quantidade de movimentos e os pontapés e murros simultâneos. :)

Mexilhão

O floquinho não pára quieto. Mexe-se o dia todo, a noite toda, não tem descanso e não me dá descanso. Se calhar não gosta da assoalhada que lhe calhou na rifa, ou então está-se a vingar de alguma maldade que eu lhe tenha feito - será que não gosta da comida?
Ainda para mais dá pontapés e murros indiscriminadamente, às vezes ao mesmo tempo, às tantas anda a fazer exercício, enquanto tem espaço. O que eu acho mais incrível é já se conseguir ver os murros e pontapés através da barriga, se pusesse qualquer coisa em cima das zonas atingidas, um pedaço de papel ou algo assim leve, com certeza que voava. Hmmm tenho que experimentar.
A barriga está grande, mas não gigante (ainda), e passo grande parte do dia desconfortável. Às vezes não sei se me hei-de sentar, deitar, ou andar de um lado para o outro, pois não há nada que me alivie. No trabalho é pior pois deveria estar sentada na mesma posição durante 8 horas, mas não consigo, vou mudando de cadeira de vez em quando (se puder) ou então dou umas voltas aos corredores.
Na semana passada comprei umas meias de descanso, receitadas pela médica, mas não sei se vou conseguir usá-las muitas vezes. Em primeiro lugar, custam imenso a pôr, é necessário usar luvas de borracha (também achei estranho), e mesmo assim o processo de vesti-las demora uns bons 15 minutos, ao fim (e a meio) dos quais as minhas mãos estão completamente suadas. Depois fico mais ou menos confortável, mas ao fim do dia tenho dores na parte de trás dos joelhos. Possivelmente as meias são demasiado apertadas.
Estive a olhar com cuidado para os resultados da eco morfológica, e mais uma vez vi indícios de que o bebé poderá ser grande. É que apesar de o peso indicado ser normal, há várias medidas que estão no percentil 95... entre as quais as medidas da cabeça e abdómen... A médica disse que para já lhe parece tudo normal, e que a ecografia só dá mais um dia de vida ao bebé do que o que ele realmente tem, mas eu acho que ela só não me quis assustar. De qualquer forma, combinámos voltar a ver o tamanho lá para Janeiro, para confirmar que tipo de bebé (normal ou matulão) tenho na minha barriga. Uma coisa é certa para já, este vem com bichos carpinteiros. :)

Uma libra de gente

Poderia parecer, pela ausência de posts, que não se passa nada. A verdade é que se vai passando, o cansaço é que tem dado conta de mim, e nem sempre há tempo ou paciência para vir à net. Escrever então, dá-me cabo dos dedos, se pudesse enviar posts por telepatia tinha os tascos cheios deles, mas como ainda não chegámos a tanto, a coisa vai andando a passo de caracol.
Quase a completar 5 meses de gravidez (mais dia menos dia, dependendo como se fazem as contas, mas é por aí) o floquinho demonstra ser muito mais activo que o irmão. Farta-se de se mexer, de dia, de noite, antes das refeições, depois das refeições, em cima, em baixo, de lado, anda para aqui numa azáfama que eu nunca imaginaria. Os médicos dizem que eu sinto muito mais por ser o segundo, que o útero está mais fino e portanto mais sensível, mas cá para mim, este floquinho vai ser a pessoa mais activa da família. E nascendo em fins de Fevereiro, às tantas sai-me na rifa um esquiador hard-core, daqueles que só pensam em neve desde outubro até junho.
Esta semana era suposto ter ido fazer uma ecografia importante (morfológica?) que tinha marcado para segunda. Ora ultimamente esqueço-me de tudo, e a consulta foi mais uma coisa que esqueci. Ou melhor, não esqueci, mas enganei-me na hora, pensava que era de tarde e afinal tinha marcado para a manhã. Quando me apercebi - tarde demais - telefonei para o gabinete do médico a perguntar se dava para passar lá mais tarde, mas disseram que não tinham vagas, e que apesar de eu ter que fazer esta ecografia entre a 22ª e a 24ª sema, já estavam completamente lotados. Lixada da vida, lá lhes pedi para me telefonarem se alguém cancelasse (mas porque é que não me telefonaram quando viram que eu não aparecia?) pois o consultório é perto e eu podia sempre aparecer, mesmo que me avisassem com pouca antecedência. Depois disto, comecei a pensar cá para mim, isto não se admite, vou mas é tentar outro sítio. Telefonei para outro gabinete médico, onde me disseram que normalmente fazem esta ecografia entre a 19ª e a 22ª semana e que neste momento estavam lotados, mas podiam marcar-me para dia 31 - seria o dia em que se completam 23 semanas. Aceitei, claro (mais vale tarde do que nunca), e fiquei a remoer comigo própria nesta discrepância relativa ao momento de fazer esta ecografica de um médico para o outro. Porque será?
Passado uma hora, telefonam-me do segundo médico a avisar que possivelmente na terça de manhã teriam uma vaga, mas só poderiam confirmar às 8h30 de terça. Porreiro, pensei, agradeci imenso e disse-lhes que poderiam confirmar a essa hora, e eu iria assim que tivessem vaga para mim. Apesar disto continuava a remoer nas razões para num sítio fazerem a ecografia mais cedo que no outro. Será que nos casos em que há problemas com o bebé é necessário saber por essa altura?
Felizmente, graças à minha estrelinha da sorte (mas porque é que eu me preocupei?), não só obtive a preciosa vaga, como estava tudo bem com o floquinho. Além de continuar a ter pernas, braços, e 5 dedos em cada uma das mãos e pés, já se pode ver o cérebro (as duas metades), as cavidades do coração, o estômago, até as orelhas!, enfim, quase tudo.
O balanço é positivo: 450 gramas de gente, 3 quilos a mais na minha pessoa, tudo normal. 22 semanas terminadas, ainda faltam 18 semanas para as férias grandes a 3 (que o mais velho tem que ir à escola na mesma, tadinho).

Já mexe

E com força. Agora que já passou mais de metade do tempo (versão optimista) mas o pior está para vir (versão pessimista), o floquinho mexe que se farta. Acho que subiu um bocadinho - antes estava muito em baixo, e agora está a meio caminho entre o umbigo e a pélvis - ou pelo menos, sinto-o mais acima. Gosta de se mexer quando eu estou com sono, mas também já se farta de espernear noutras alturas do dia. Uma das posições mais engraçadas é quando eu me sento com as pernas esticadas ou quando estou deitada de barriga para cima, e aí é uma actividade que nunca mais pára. O mais extraordinário é que já dá para sentir por fora - há uns dias o papá teve o privilégio de pôr a mão no bife ;), e levou uns fortes pontapés (ou murros...).
Já fiz mais umas comprinhas - não quero deixar tudo para os últimos tempos, para não ter que gastar o dinheiro todo de uma vez. Já tenho alguns biberões e as primeiras chupetas. Não encontrei as que queria (queria daquelas todas de borracha para os primeiros tempos), mas logo se vê se o bebé gostar destas fica mesmo assim. Além do mais, as chupetas de silicone (foi o que comprei) não ficam logo nojentas. Também comprei um termómetro para o banho (eu sou muito insensível nas mãos, a água pode estar quase a ferver que eu nem noto) e um aspirador nasal - toda a gente diz que dá muito jeito mas custa-me a acreditar, como era baratinho decidi experimentar. O esterilizador e a bomba para tirar leite (pode ser necessária e neste caso vale mesmo a pena prevenir) como sao bastante mais caros, ficaram para mais tarde. Além destes também não comprei o termómetro de ouvido pois era caríssimo (65 euros) e eu tenho um digital que comprei quando o mai velho era bebé. De qualquer forma o papá diz que consegue arranjar um por muito menos dinheiro, por isso se calhar ainda se vai comprar. Os termómetros para a temperatura ambiente também deixei ficar na loja - quando mudámos para esta casa o papá entreteve-se a comprar termómetros para quase todas as divisões, pelo que não é preciso mais nenhum. Apesar de tudo, ainda me faltam imensas coisas, principalmente as mais chatas de escolher e caras. Vi uma cama gira, que é redonda na sua versão berço e oval na versão cama de bebé. Infelizmente nao andava ninguém da loja por perto para me esclarecer, mas pareceu-me ser a mesma cama que tinha visto há uns meses no programa da Debbie Travis (Face Lift, na sic Gaja) e que além de ser berço e cama de bebé também se transforma em duas cadeiras quando a criança já não couber na cama. Se calhar é uma boa opção, falta ainda ver o preço, que não consegui descobrir. Para quem tiver curiosidade, está aqui.
Daqui a quinze dias vamos ver o floquinho no médico que faz a detecção de anomalias genéticas, que tem um ecógrafo fantástico. Mal posso esperar para ver uma imagem mais nítida deste floquinho que tem bichos carpinteiros. :)

A barriguinha

Já se nota - outra coisa não seria de esperar. Mas mesmo assim, as pessoas esperam (educadamente(?)) que eu anuncie a gravidez. E depois da notícia, perguntam se estou de 3 meses. Tão simpáticas. Os meus colegas fazem comparações com uma colega nossa, que teve um bebé há pouco tempo, e que teve barriguinha quase desde o início. É uma falta de gosto, parece-me, fazer esse tipo de comentários, e só respondo que as barrigas sao diferentes de pessoa para pessoa. É que ainda para mais esta colega é uma fixe para toda a gente, e não merece que digam estas coisas. Mesmo que sejam verdade, isso não interessa.

19 semanas

Ena tanto. Quase metade do tempo, é agora que as coisas começam a complicar. Pois se até agora era tudo simples, de repente parece-me que eu devia estar doida quando deixei de tomar a pílula. Aos gajos que dizem que o segundo parto é mais fácil só me dá vontade de lhes dar um murro. Sabem lá eles. As gajas não se atrevem a dizer coisas dessas, pelo menos as que eu conheço e que já passaram por um ou mais partos, uns melhores, outros piores. Ah sim, faltam 4 meses e meio, e o que verdadeiramente me assusta nesta história é o parto em si. Pois, que o primeiro parto não deixou boas recordações (se ouço mais alguém a dizer que as dores se esquecem logo que se vê a cara do bebé, bato-lhe, eu tive o meu primeiro filho há muito tempo e ainda não me esqueci), e não estou a ver nenhuma maneira de que o segundo seja melhor.
Para além deste, há desconfortos menores. A roupa que vai deixando de servir (apesar de ter engordado apenas dois quilos), a falta de vontade de ir às compras, o cansaço quase permanente. A fome quase constante, e a falta de vontade de comer. Coisas doces ou salgadas, saudáveis ou porcarias, nada mesmo, só como porque tem de ser (e tenho fome, carago). Tenho muitas vezes falta de ar. E a azia, à noite, é horrível. Começa a ser complicado encontrar uma posição confortável para dormir. E mesmo quando estou acordada não é fácil. É suposto passar 8 horas por dia sentada em frente a um computador, mas não aguento. Passadas duas ou três horas começo a sentir as pernas pesadas, a barriga incomoda-me, e já não consigo olhar mais para o monitor. E sei que o pior está para vir.
E os sonhos estranhos. Volta e meia sonho que o floquinho nasce antes do tempo, embora sem sequelas nenhumas. Ao menos isso. Deve ser reflexo da minha vontade de que a gravidez acabe e de que corra tudo bem. Estou cheia de saudades da minha normalidade. E mal posso esperar para que o floquinho esteja cá fora, para eu me sentir como antes de engravidar (mais coisa menos coisa), para poder dormir de barriga para baixo, e para me passarem os ataques hormonais, que fazem com que me saltem lágrimas à mínima coisa (tipo a ver televisão) ou com que me irrite com coisas mínimas. Para deixar de estar tão sensível, e não sentir que a maioria das pessoas é má, mesquinha, fundamentalista, machista, ignorante, e doida. Ou pelo menos, que isso não me incomode, como dantes. E claro, para poder admirar a nossa (minha e do papá) obra. :)

(Também há coisas giras. Como sentir o floquinho a mexer, quase todas as noites. Acho que el@ de manhã dorme.)