Lilypie 1st Birthday Ticker

Wednesday, October 3, 2007

19 semanas

Ena tanto. Quase metade do tempo, é agora que as coisas começam a complicar. Pois se até agora era tudo simples, de repente parece-me que eu devia estar doida quando deixei de tomar a pílula. Aos gajos que dizem que o segundo parto é mais fácil só me dá vontade de lhes dar um murro. Sabem lá eles. As gajas não se atrevem a dizer coisas dessas, pelo menos as que eu conheço e que já passaram por um ou mais partos, uns melhores, outros piores. Ah sim, faltam 4 meses e meio, e o que verdadeiramente me assusta nesta história é o parto em si. Pois, que o primeiro parto não deixou boas recordações (se ouço mais alguém a dizer que as dores se esquecem logo que se vê a cara do bebé, bato-lhe, eu tive o meu primeiro filho há muito tempo e ainda não me esqueci), e não estou a ver nenhuma maneira de que o segundo seja melhor.
Para além deste, há desconfortos menores. A roupa que vai deixando de servir (apesar de ter engordado apenas dois quilos), a falta de vontade de ir às compras, o cansaço quase permanente. A fome quase constante, e a falta de vontade de comer. Coisas doces ou salgadas, saudáveis ou porcarias, nada mesmo, só como porque tem de ser (e tenho fome, carago). Tenho muitas vezes falta de ar. E a azia, à noite, é horrível. Começa a ser complicado encontrar uma posição confortável para dormir. E mesmo quando estou acordada não é fácil. É suposto passar 8 horas por dia sentada em frente a um computador, mas não aguento. Passadas duas ou três horas começo a sentir as pernas pesadas, a barriga incomoda-me, e já não consigo olhar mais para o monitor. E sei que o pior está para vir.
E os sonhos estranhos. Volta e meia sonho que o floquinho nasce antes do tempo, embora sem sequelas nenhumas. Ao menos isso. Deve ser reflexo da minha vontade de que a gravidez acabe e de que corra tudo bem. Estou cheia de saudades da minha normalidade. E mal posso esperar para que o floquinho esteja cá fora, para eu me sentir como antes de engravidar (mais coisa menos coisa), para poder dormir de barriga para baixo, e para me passarem os ataques hormonais, que fazem com que me saltem lágrimas à mínima coisa (tipo a ver televisão) ou com que me irrite com coisas mínimas. Para deixar de estar tão sensível, e não sentir que a maioria das pessoas é má, mesquinha, fundamentalista, machista, ignorante, e doida. Ou pelo menos, que isso não me incomode, como dantes. E claro, para poder admirar a nossa (minha e do papá) obra. :)

(Também há coisas giras. Como sentir o floquinho a mexer, quase todas as noites. Acho que el@ de manhã dorme.)

4 comments:

Micas said...

Tudo isso é normal, tenta não pensar em nada dessas coisas e curte só a gravidez. Eu posso dizer que fiquei "traumatizada" com o primeiro parto e durante os 4 anos seguintes dizia que não queria mais filhos, depois passou, acredita que aqui as coisas foram bem mais simples e fáceis, não queres experimentar o parto na água? dizem que é optimo, era o que tinha escolhido mas não deu tempo, o rapaz adiantou-se...

snowgaze said...

micas: és uma querida :)

Anonymous said...

A gente esquece as dores mal vê a cara do bebé... ;-)
Consta que na Alemanha são muito mais cuidadosos com as grávidas durante o trabalho de parto. Eu não sei comparar, só tive filhos na Alemanha.
E de facto o meu segundo parto foi muito mais fácil.
Dizem que o primeiro filho abre a mãe (calculo que depois do primeiro seja então sempre a aviar...).
Também morria de medo dos partos. Mas depois pensava que antes de mim já alguns milhões de mulheres passaram pelo mesmo.
A consciência de classe é que me salva...

Resumindo e concluindo, sejamos pragmáticas: agora é tarde, nem vale a pena pensar no que poderia ter sido se não fosse. Vais ter um filho, vai doer um bocado (mas provavelmente menos que o primeiro porque já saberás controlar melhor a dor), mas vai correr tudo bem. Daqui a vinte e uma semanas já passaram os medos e estás feliz. Vá, força, que já falta pouco!

(eu tenho pena de não ter curtido muito a gravidez (porque andava demasiado ocupada com o trabalho) - esse tempo em que o nosso corpo é simultaneamente pesado e mágico)

snowgaze said...

Helena: eu nem estou preocupada com as dores de parto em si (da primeira vez não foi assim tão mau) é o pós parto (episiotomia vs cesariana) que me preocupa. E como tenho que decidir (até certo ponto) como vai ser e onde vai ser, não posso simplesmente não pensar nisso.